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Fitoterápicos para controle da ansiedade: evidências científicas recentes.

A ansiedade é uma condição que afeta milhões de pessoas em todo o mundo e pode se manifestar de várias formas — desde preocupações leves até crises mais severas que impactam a rotina. Enquanto medicamentos ansiolíticos convencionais são eficazes, muitos pacientes procuram alternativas naturais que não causem dependência ou efeitos colaterais intensos. Nesse contexto, os fitoterápicos vêm ganhando destaque, especialmente com o apoio de evidências científicas recentes que comprovam sua eficácia.


O que são fitoterápicos e como atuam na ansiedade

Fitoterápicos são medicamentos produzidos a partir de plantas medicinais, padronizados e com ação terapêutica comprovada. No tratamento da ansiedade, esses compostos atuam principalmente nos receptores do sistema nervoso central, regulando neurotransmissores como o GABA (ácido gama-aminobutírico), serotonina e dopamina, que desempenham papel crucial na regulação do humor e do estresse.

Alguns fitoterápicos também têm ação sedativa leve, ansiolítica e relaxante muscular, o que contribui para a diminuição de sintomas como taquicardia, insônia, agitação e pensamentos acelerados.


Plantas medicinais com eficácia comprovada para ansiedade

A seguir, listamos os principais fitoterápicos com respaldo científico no controle da ansiedade:

Passiflora incarnata (Flor do maracujá)

  • Princípios ativos: flavonoides e alcaloides.
  • Ação terapêutica: ansiolítica e sedativa.
  • Evidência científica: Estudos clínicos apontam a eficácia da Passiflora em casos de ansiedade leve a moderada, comparando seus efeitos ao do oxazepam (ansiolítico da classe dos benzodiazepínicos), porém com menos efeitos colaterais e menor risco de dependência.

Valeriana officinalis

  • Princípios ativos: ácido valérico, valepotriatos e óleos essenciais.
  • Ação terapêutica: moduladora do GABA, sedativa e ansiolítica.
  • Evidência científica: Revisões sistemáticas mostram que a valeriana reduz significativamente os sintomas de ansiedade, especialmente em pacientes com insônia associada. Também é eficaz em casos de tensão pré-exames e estresse cotidiano.

Melissa officinalis (Erva-cidreira)

  • Princípios ativos: ácido rosmarínico, citral, citronelal.
  • Ação terapêutica: calmante, antioxidante e relaxante.
  • Evidência científica: Pesquisas mostram que o extrato padronizado de Melissa officinalis reduz sintomas como irritabilidade, palpitações e distúrbios do sono. Um estudo duplo-cego demonstrou melhora significativa nos níveis de ansiedade em voluntários que utilizaram o extrato por 15 dias.

Lavandula angustifolia (Lavanda)

  • Princípios ativos: linalol e acetato de linalila.
  • Ação terapêutica: ansiolítica, sedativa e antiespasmódica.
  • Evidência científica: O óleo essencial de lavanda oral (preparado Silexan®) foi avaliado em diversos ensaios clínicos e mostrou eficácia comparável a ansiolíticos sintéticos em transtornos de ansiedade generalizada, com excelente tolerabilidade.

Bacopa monnieri

  • Princípios ativos: bacosídeos.
  • Ação terapêutica: ansiolítica, antioxidante e nootrópica.
  • Evidência científica: Estudos recentes destacam seu uso em transtornos de ansiedade leve e como coadjuvante em quadros depressivos, promovendo melhora do humor, memória e redução do estresse oxidativo.


Vantagens dos fitoterápicos no tratamento da ansiedade

  • Menor risco de dependência química;
  • Efeitos colaterais reduzidos em comparação com benzodiazepínicos;
  • Podem ser usados como coadjuvantes em tratamentos convencionais;
  • Ação progressiva e cumulativa, ideal para uso prolongado.

Cuidados no uso de fitoterápicos

Apesar dos benefícios, o uso de fitoterápicos deve ser feito com orientação de um profissional qualificado. É importante considerar:

  • Possíveis interações com medicamentos alopáticos (ex: antidepressivos, anticonvulsivantes, anticoagulantes);
  • Dose terapêutica ideal, que varia de acordo com a planta e a forma de uso (chá, extrato, cápsula ou tintura);
  • Contraindicações em grávidas, lactantes, crianças e pessoas com distúrbios psiquiátricos graves.

Formas de consumo recomendadas

As formas mais comuns de consumo dos fitoterápicos ansiolíticos incluem:

  • Chás e infusões (ex: valeriana, melissa, passiflora);
  • Cápsulas padronizadas (com dosagem precisa e controlada);
  • Tinturas (extratos hidroalcoólicos);
  • Óleos essenciais (lavanda para uso oral ou aromaterapia).

Quando buscar ajuda profissional

Embora os fitoterápicos sejam eficazes em quadros leves e moderados de ansiedade, é fundamental procurar ajuda médica ou psicológica quando os sintomas forem intensos ou persistirem por mais de duas semanas. A fitoterapia pode ser uma aliada poderosa, mas não substitui terapias comportamentais nem o acompanhamento clínico em casos mais graves.

Fontes:

  1. Kasper, S. et al. (2010). Efficacy of Silexan in Anxiety Disorders. International Journal of Neuropsychopharmacology.
  2. Akhondzadeh, S. et al. (2001). Passionflower in the treatment of generalized anxiety: a pilot double-blind randomized trial with oxazepam. Journal of Clinical Pharmacy and Therapeutics.
  3. Kennedy, D. O., et al. (2004). Modulation of mood and cognitive performance following acute administration of Melissa officinalis (lemon balm). Psychosomatic Medicine.

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