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Disbiose! Sintomas, causas e estratégias alimentares de correção.

A disbiose intestinal é uma condição caracterizada pelo desequilíbrio da microbiota intestinal, ou seja, pela perda da proporção saudável entre micro-organismos benéficos e patogênicos que vivem no intestino. Esse desequilíbrio pode comprometer a digestão, a absorção de nutrientes, a imunidade e até a saúde mental.

Nos últimos anos, estudos vêm reforçando a importância de um intestino saudável como base para o bom funcionamento de todo o organismo. Por isso, reconhecer os sinais da disbiose e aplicar estratégias alimentares de correção é fundamental para restaurar o equilíbrio e prevenir doenças crônicas.

O que é disbiose intestinal:

A disbiose é definida como a alteração qualitativa e/ou quantitativa da flora intestinal, podendo haver:

  • Redução da diversidade microbiana;
  • Aumento de micro-organismos patogênicos;
  • Diminuição de bactérias protetoras, como Lactobacillus e Bifidobacterium;
  • Produção aumentada de toxinas e inflamações locais.

Esse quadro afeta a integridade da barreira intestinal, favorecendo um intestino “permeável”, que permite a passagem de toxinas e moléculas não digeridas para a corrente sanguínea, ativando o sistema imunológico de forma crônica.

Disbiose
>>Mais sobre disbiose.
>>Veja a postagem sobre Probióticos x prebiótico.

Principais sintomas da disbiose:

A disbiose pode gerar sintomas digestivos diretos, mas também manifestações sistêmicas. Os principais sinais incluem:

  • Distensão abdominal, gases e flatulência;
  • Constipação ou diarreia recorrente;
  • Azia, refluxo e má digestão;
  • Fadiga crônica e baixa energia;
  • Dores de cabeça frequentes;
  • Alterações no humor, ansiedade e irritabilidade;
  • Queda de cabelo e unhas frágeis;
  • Intolerâncias alimentares e reações alérgicas;
  • Infecções recorrentes (urinárias, fúngicas, respiratórias);
  • Problemas de pele como acne e dermatite.

A presença de 3 ou mais desses sintomas já pode indicar um quadro de disbiose funcional.


Causas mais comuns da disbiose intestinal:

Dieta pobre em fibras:

A baixa ingestão de fibras prebióticas, como inulina e frutooligossacarídeos (FOS), priva as bactérias boas de alimento, reduzindo sua população.

Uso prolongado de antibióticos e medicamentos:

Antibióticos, antiácidos, corticoides e anti-inflamatórios alteram o equilíbrio da microbiota ao eliminar indiscriminadamente bactérias.

Estresse crônico:

O estresse impacta o eixo intestino-cérebro, alterando a motilidade intestinal e favorecendo a proliferação de bactérias patogênicas.

Consumo excessivo de ultraprocessados:

Alimentos ricos em açúcar, gorduras trans, conservantes e aditivos químicos alimentam fungos e bactérias oportunistas, como Candida albicans.

Excesso de álcool e baixa hidratação:

Prejudicam a integridade da mucosa intestinal e a eliminação adequada de toxinas.


Estratégias alimentares para corrigir a disbiose:

Aumentar o consumo de alimentos ricos em fibras prebióticas:

  • Alho, cebola, alho-poró, chicória, banana verde, alcachofra;
  • Estimular o crescimento de Lactobacillus e Bifidobacterium;
  • Ideal consumir 25 a 30g de fibras por dia.

Incluir alimentos fermentados naturalmente:

  • Kefir, iogurte natural, chucrute, kombuchá e missô;
  • Repovoam o intestino com cepas probióticas benéficas.

Priorizar vegetais crus e cozidos levemente:

  • Espinafre, couve, abobrinha, brócolis, cenoura;
  • Fornecem fibras e fitonutrientes com ação anti-inflamatória.

Evitar açúcares simples e farinhas refinadas:

  • Reduzem o crescimento de fungos e bactérias patogênicas;
  • Favorecem o controle de candidíase intestinal.

Suplementar glutamina (sob orientação):

  • Aminoácido que regenera a mucosa intestinal;
  • Indicado em casos de intestino permeável associado à disbiose.

Hidratação adequada:

  • 1,5 a 2 litros de água por dia;
  • Auxilia na motilidade intestinal e na eliminação de toxinas.

Probióticos e prebióticos como suporte:

Probióticos:

  • Suplementos com cepas como Lactobacillus rhamnosus, Lactobacillus acidophilus, Bifidobacterium lactis;
  • Podem ser usados em ciclos de 30 a 90 dias.

Prebióticos:

  • Compostos não digeríveis que alimentam as boas bactérias;
  • Presentes em suplementos ou naturalmente em alimentos como chicória, alho, aspargos, maçã.

Cuidados importantes durante a correção da disbiose:

  • A modulação deve ser feita gradualmente para evitar reações de detox exageradas;
  • Em alguns casos, pode haver necessidade de limpeza intestinal prévia (com fitoterápicos, enzimas ou dieta antifúngica);
  • A suplementação deve ser personalizada e acompanhada por um profissional habilitado.

Para finalizar:

A disbiose intestinal é um desequilíbrio comum, porém muitas vezes ignorado, que pode afetar profundamente a qualidade de vida. Ao identificar os sintomas e adotar estratégias alimentares adequadas, é possível restaurar a saúde da microbiota, fortalecer a imunidade e regular o funcionamento de todo o corpo.

A alimentação é a base da recuperação intestinal, e dentro da trofoterapia, representa uma ferramenta poderosa de equilíbrio e regeneração.


Fontes:

  1. Quigley, E. M. (2013). Gut microbiota and the role of probiotics in therapy. Current Opinion in Pharmacology.
  2. Peterson, C. T. et al. (2015). The role of the gut microbiome in gastrointestinal disorders and probiotic therapy. Integrative Medicine.
  3. DeMeo, M. T. et al. (2002). Intestinal permeability defect in irritable bowel syndrome. Neurogastroenterology & Motility.

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