A geoterapia, prática terapêutica baseada no uso de argilas e outros elementos terrosos, vem ganhando espaço na dermatologia natural devido às suas propriedades cicatrizantes, anti-inflamatórias, purificantes e regeneradoras. Ao aplicar a terra como forma de cuidado, resgata-se uma medicina ancestral que utiliza os minerais da natureza como aliados na regeneração e manutenção da saúde da pele.
Seja em casos de acne, dermatite, psoríase, oleosidade excessiva, manchas ou envelhecimento cutâneo, a geoterapia oferece uma abordagem segura, acessível e eficaz, com respaldo científico e tradicional.
Índice
- 1 O que é geoterapia e como atua na dermatologia natural:
- 2 Tipos de argilas utilizadas na dermatologia natural:
- 3 Aplicações práticas da geoterapia na pele:
- 4 Indicações dermatológicas da geoterapia:
- 5 Cuidados e orientações no uso da geoterapia na dermatologia:
- 6 Estudos científicos sobre geoterapia e saúde da pele:
- 7 Considerações de uso da geoteparia com dermatologia:
O que é geoterapia e como atua na dermatologia natural:
A geoterapia utiliza argilas medicinais e lamas ricas em minerais, aplicadas externamente na forma de máscaras, cataplasmas ou banhos. Cada tipo de argila possui uma composição mineral diferente, que atua em sinergia com a pele, promovendo:
- Desintoxicação por adsorção de impurezas;
- Equilíbrio do pH cutâneo;
- Estímulo à regeneração celular;
- Ativação da microcirculação sanguínea local;
- Efeito bactericida e antifúngico natural.
Essas propriedades fazem da geoterapia uma alternativa natural e funcional para o tratamento de diversas condições dermatológicas, sem os efeitos adversos de ativos sintéticos.
Tipos de argilas utilizadas na dermatologia natural:
Argila verde:
- Rica em óxidos de ferro, silício e magnésio;
- Ação adstringente, secativa e anti-inflamatória;
- Indicada para peles oleosas, acneicas e com poros dilatados.
Argila branca:
- Composta por caulinita, rica em alumínio e sílica;
- Tem ação calmante, cicatrizante e suavizante;
- Indicada para peles sensíveis, ressecadas, com rosácea ou manchas.
Argila vermelha:
- Alta concentração de óxidos de ferro;
- Estimula a circulação e tem efeito tensor e rejuvenescedor;
- Ideal para peles maduras, desvitalizadas e com tendência a flacidez.
Argila preta (lama vulcânica):
- Considerada a mais nobre, rica em titânio e alumínio;
- Possui forte ação detox, anti-inflamatória e cicatrizante;
- Indicada para peles acneicas, com manchas e processos inflamatórios intensos.

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Aplicações práticas da geoterapia na pele:
Máscaras faciais:
- Indicadas para uso semanal ou quinzenal;
- Devem ser preparadas com água filtrada ou floral, nunca com metais;
- Tempo de ação: 10 a 20 minutos, sem deixar a argila secar completamente na pele.
Cataplasmas para regiões inflamadas:
- Aplicados em áreas com lesões, acne inflamada ou psoríase;
- Utiliza-se uma camada mais espessa, coberta com gaze ou pano de algodão;
- Pode permanecer por até 30 minutos.
Banhos de argila:
- Indicados em casos de dermatites corporais, foliculite ou eczema;
- Adicionar 3 a 4 colheres de sopa de argila em uma banheira morna;
- Permanecer imerso por 15 a 20 minutos.
Indicações dermatológicas da geoterapia:
- Acne e oleosidade excessiva
- Dermatites e eczemas
- Psoríase e rosácea leve
- Manchas e hiperpigmentações
- Celulite e flacidez
- Cicatrizes de acne e pós-inflamatórias
- Pele sensibilizada por cosméticos ou poluição
- Cuidados antienvelhecimento e revitalização cutânea
Importante: o tipo de argila deve ser escolhido conforme o tipo e a condição da pele. Em caso de pele lesionada ou sensível, prefira argilas suaves, como a branca ou a rosa.
Cuidados e orientações no uso da geoterapia na dermatologia:
- Não aplicar sobre feridas abertas, mucosas ou queimaduras;
- Evitar deixar a argila secar totalmente no rosto, pois pode causar efeito rebote de oleosidade;
- Sempre usar utensílios de vidro, cerâmica ou madeira para preparo;
- Após o uso, hidratar a pele com óleos vegetais ou loções naturais (como óleo de rosa mosqueta ou de jojoba);
- Fazer teste de sensibilidade antes do uso, especialmente em peles reativas;
- Descartar a argila após cada aplicação — nunca reutilizar.
Estudos científicos sobre geoterapia e saúde da pele:
Pesquisas recentes confirmam o potencial terapêutico da geoterapia na dermatologia:
- Estudo publicado na Journal of Cosmetic Dermatology (2017) mostrou que o uso tópico de argila verde reduziu significativamente a oleosidade e a inflamação em pacientes com acne moderada;
- Revisão sistemática na Applied Clay Science (2015) destacou a capacidade das argilas medicinais de adsorver toxinas e metais pesados da pele, auxiliando em processos de regeneração;
- Ensaio clínico com argila branca (2020) demonstrou efeitos clareadores e melhora na textura cutânea em peles fotoenvelhecidas.
Considerações de uso da geoteparia com dermatologia:
A geoterapia representa uma abordagem eficaz, segura e profundamente alinhada com os princípios da dermatologia natural e funcional. O uso consciente e individualizado das argilas permite tratar desde desequilíbrios simples até condições dermatológicas mais complexas, sempre com respeito à fisiologia da pele e à inteligência dos minerais naturais.
Incorporar as argilas à rotina de cuidados é resgatar o poder curativo da terra, oferecendo à pele nutrição, regeneração e equilíbrio de forma natural.
Fontes:
- Carretero, M. I. (2015). Clay minerals and their beneficial effects upon human health. Applied Clay Science.
- Lopes, M. P. et al. (2017). Use of green clay in dermatological conditions: evidence-based review. Journal of Cosmetic Dermatology.
- Ribeiro, L. A. (2009). Geoterapia: o poder curativo das argilas. Editora Almed.